A Black Friday tornou-se um dos momentos mais intensos do ano para qualquer empresa de logística e de última milha. O aumento das entregas na Black Friday não só reflete o crescimento do comércio eletrónico, como também a transformação dos nossos hábitos de consumo: queremos mais produtos, mais rápido e com mais opções de entrega.
Neste artigo analisamos porque é que este período dispara a atividade de estafetas e frotas, que desafios logísticos surgem e como é que as empresas se preparam para responder a uma procura que, em muitos casos, duplica ou triplica a de um mês normal. Vamos também ver porque é que as motos elétricas se tornaram uma peça-chave para as entregas urbanas nesta altura.
Porque é que a Black Friday é o pico anual das entregas
A Black Friday marca o início da campanha de Natal e concentra, em poucos dias, uma grande quantidade de compras que antes se distribuíam ao longo de várias semanas. Isto tem um impacto direto na logística: mais encomendas, mais entregas e mais pressão na última milha.
O aumento do e-commerce
Muitos consumidores esperam pela Black Friday para fazer compras que adiam há semanas ou meses. A isto soma-se o crescimento do e-commerce: compra-se cada vez mais pela Internet e menos em lojas físicas.
- As lojas online lançam campanhas específicas para a Black Friday.
- Alargam-se as categorias com desconto: tecnologia, moda, alimentação, mobilidade, etc.
- O cliente compara preços em tempo real e compra onde encontra a melhor oferta e o melhor serviço de entrega.
Tudo isto se traduz num aumento brusco do volume de encomendas que têm de ser preparadas, transportadas e entregues em prazos muito apertados
A pressão por entregas ultrarrápidas
O cliente já não quer apenas um bom preço: exige prazos de entrega muito curtos, mesmo em campanhas de elevada procura. Entregas em 24 horas, no próprio dia ou em faixas horárias específicas são hoje a norma em muitas cidades.
Esta pressão de tempo transforma o aumento das entregas na Black Friday num verdadeiro desafio operacional: cada minuto conta e as empresas precisam de ferramentas que lhes permitam aproveitar ao máximo os seus recursos.
A sazonalidade do consumo em novembro
A Black Friday consolidou-se como a data que inaugura a época natalícia. Muitas compras de Natal antecipam-se para estas promoções, o que faz com que o mês de novembro tenha um peso cada vez maior nos resultados anuais de retalhistas e empresas de logística.
Este pico sazonal não se limita a um só dia: costuma estender-se por vários dias ou até semanas (Black Week, Cyber Monday, promoções antecipadas), o que obriga as empresas de distribuição a manter um nível de atividade muito elevado durante mais tempo.
Desafios logísticos que as empresas enfrentam
Gerir corretamente o aumento das entregas na Black Friday exige antecipar um conjunto de desafios que afetam o planeamento, os recursos humanos e a capacidade da frota.
Saturação de encomendas e prazos mais curtos
Os centros logísticos e os armazéns veem o número de encomendas diárias disparar. Isto pode provocar estrangulamentos em:
- Processos de preparação de encomendas (picking e packing).
- Triagem e carregamento nos veículos.
- Planeamento de rotas e gestão de horários de entrega
Se os recursos não forem bem dimensionados, qualquer atraso na preparação da encomenda passa para a distribuição, colocando em risco os prazos de entrega assumidos com o cliente.
Otimização de rotas urbanas
O tráfego urbano, as restrições ambientais, as zonas de baixas emissões e a falta de espaços para carga e descarga complicam ainda mais a última milha. Em dias de máxima atividade, encontrar a rota ideal para distribuir torna-se uma tarefa crítica.
Por isso, cada vez mais empresas apostam em soluções de otimização de rotas que têm em conta:
- O número de encomendas e a sua localização.
- As faixas horárias prometidas aos clientes.
- As restrições de acesso de certos veículos a determinadas zonas.
- A autonomia dos veículos elétricos e os pontos de carregamento disponíveis.
Falta de pessoal e necessidade de reforços
Para responder ao pico de trabalho, muitas empresas de distribuição são obrigadas a contratar pessoal temporário, tanto em armazém como na distribuição. Coordenar equipas novas, formar os estafetas e garantir padrões de qualidade e segurança também faz parte do desafio.
O planeamento da Black Friday costuma começar meses antes, precisamente para antecipar estas necessidades de pessoal e evitar que a falta de recursos humanos limite a capacidade de distribuição.
Como é que as empresas de distribuição se preparam para a Black Friday
Para que o aumento das entregas na Black Friday se torne uma oportunidade e não um problema, as empresas organizam uma estratégia específica para este período. Não se trata apenas de aguentar o pico, mas de o aproveitar para fidelizar clientes, oferecendo uma boa experiência de entrega.
Reforço temporário de estafetas
Uma das primeiras medidas é aumentar o número de estafetas. Muitas empresas recorrem a contratos temporários, acordos com trabalhadores independentes ou à colaboração com plataformas de última milha que conseguem acrescentar flexibilidade.
Para além do pessoal, é habitual alargar os horários de trabalho, incluindo turnos ao fim da tarde e ao fim de semana, para distribuir o volume de entregas ao longo do dia e reduzir a saturação nas horas de maior procura.
Utilização de motos elétricas e veículos sustentáveis
Em ambientes urbanos, as motos elétricas de distribuição são cada vez mais protagonistas. O seu tamanho compacto, a facilidade de manobra e os baixos custos de manutenção tornam-nas uma solução ideal para empresas que precisam de aumentar o número de entregas durante a Black Friday.
Entre as vantagens mais destacadas para este tipo de campanhas estão:
- Acesso simples a zonas de tráfego condicionado e às Zonas de Baixas Emissões.
- Menor tempo de deslocação e maior facilidade para estacionar.
- Custo energético muito mais baixo do que num veículo de combustão.
- Redução de emissões e melhoria da imagem sustentável da empresa.
Empresas especializadas em mobilidade sustentável, como a Inquieto, disponibilizam frotas de motos elétricas pensadas para distribuição urbana, com diferentes capacidades de carga e autonomias adaptadas a rotas intensivas de última milha.
Melhoria do software de monitorização e frotas inteligentes
A tecnologia desempenha um papel fundamental na gestão do aumento das entregas na Black Friday. Os sistemas de gestão de frotas permitem:
- Monitorizar, em tempo real, a localização de cada veículo.
- Reorganizar rotas de acordo com o tráfego ou novas entregas.
- Informar o cliente sobre o estado da encomenda com notificações automáticas.
- Analisar os dados da campanha para melhorar o planeamento nos anos seguintes.
Esta abordagem baseada em dados é fundamental para tomar decisões rápidas e reduzir incidentes nos dias de máxima procura.
Porque é que as motos elétricas são essenciais neste período
Em cidades cada vez mais congestionadas e com regulamentações ambientais mais exigentes, a escolha do veículo faz a diferença na eficiência da última milha.
Mais entregas por hora
Graças à sua agilidade e à facilidade de estacionamento, as motos elétricas permitem fazer mais paragens em menos tempo. Para uma empresa que quer multiplicar a sua capacidade de entrega na Black Friday, isto traduz-se diretamente num maior número de encomendas entregues por jornada.
Custo operacional muito mais baixo
O custo por quilómetro de uma moto elétrica é significativamente inferior ao de um veículo de combustão. Num contexto de elevado volume de entregas, esta diferença de custo multiplica-se, ajudando as empresas a manter a rentabilidade mesmo quando competem com promoções muito agressivas nas lojas online.
Mobilidade urbana sem restrições e acesso às ZBE
Muitas cidades implementaram Zonas de Baixas Emissões (ZBE) ou restrições de tráfego para reduzir a poluição. As motos elétricas podem circular sem limitações nestas áreas, o que facilita as entregas no centro urbano precisamente na altura do ano em que se concentra o maior número de distribuições.
Tendências do setor logístico na Black Friday 2025
O comportamento do consumidor e a evolução da tecnologia estão a dar forma a novas tendências no setor logístico, que se tornam especialmente visíveis em datas como a Black Friday.
Crescimento do quick commerce
O quick commerce, ou comércio ultrarrápido, com entregas em menos de uma hora, está a expandir-se a mais setores. Supermercados, dark stores e comércio local utilizam este modelo para se destacar da concorrência durante as grandes campanhas de descontos.
Automatização de armazéns
Robôs de picking, sistemas de triagem automatizados e software avançado de gestão de armazéns permitem processar mais encomendas em menos tempo. A automatização torna-se quase indispensável para suportar o volume extra da Black Friday sem perder precisão nem rastreabilidade.
Crescimento de frotas elétricas urbanas
Todos os anos aumenta o número de empresas que incorporam veículos elétricos na sua frota, especialmente motos e pequenas carrinhas para distribuição urbana. Para além de reduzir emissões, esta transição ajuda as empresas a cumprir a regulamentação e a otimizar os custos operacionais a médio e longo prazo.
Conclusão: a Black Friday redefine o futuro das entregas urbanas
O aumento das entregas na Black Friday é muito mais do que um pico pontual de trabalho: tornou-se um laboratório real onde as empresas de logística colocam à prova as suas capacidades, as suas tecnologias e os seus modelos de mobilidade.
A combinação de planeamento antecipado, reforço de pessoal, utilização de motos elétricas de distribuição e ferramentas digitais de gestão de frotas permite às empresas enfrentar este desafio com sucesso. E, ao mesmo tempo, lança as bases para uma distribuição urbana mais eficiente e sustentável ao longo de todo o ano.